segunda-feira, 1 de abril de 2013

A implosão da mentira



               Mentiram-me. Mentiram-me ontem
               e hoje mentem novamente. Mentem
               de corpo e alma, completamente.
               E mentem de maneira tão pungente
               que acho que mentem sinceramente.

               Mentem, sobretudo, impune/mente.
               Não mentem tristes. Alegremente
               mentem. Mentem tão nacional/mente
               que acham que mentindo história afora
               vão enganar a morte eterna/mente.

               Mentem. Mentem e calam. Mas suas frases
               falam. E desfilam de tal modo nuas
               que mesmo um cego pode ver
               a verdade em trapos pelas ruas.

               Sei que a verdade é difícil
               e para alguns é cara e escura.
               Mas não se chega à verdade
               pela mentira, nem à democracia
               pela ditadura.

Affonso Romano de Sant'Anna

5 comentários:

Jorge P. Guedes disse...

Boa escolha a deste poema satírico que retrata perfeitamente o que são os politiqueiros de hoje.

Um bjnho.

O Puma disse...

Na verdade

Meg disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
José Lopes disse...

Uma característica cada vez mais comum entre os políticos actuais...
Cumps

Pata Negra disse...

O regresso da poesia para abafar a mentira.
2 beijos para Meg, um pela verdade, outro pela poesia
Bons posts te vejam!!!