sexta-feira, 21 de junho de 2013

A erva da fortuna cresce como por encanto nas orelhas dos políticos



 
«A erva da fortuna cresce como por encanto nas orelhas dos políticos, o primeiro-ministro proclama a amnistia para os cucos dos relógios, o degelo nas relações internacionais restabelece o nível das águas nas albufeiras, o ministro da energia esfrega as mãos de contente. Embora o boletim meteorológico seja controlado pelo governo, nuvens cor de chumbo toldam frequentemente o horizonte, os pescadores de águas turvas procuram o alto mar, uma chuva de impostos cai de imprevisto, ah a chuva na primavera, escrevem os poetas.
As andorinhas podem passar livremente a fronteira. Os polícias oferecem grinaldas aos condutores de veículos mal estacionados. O cio invade a assembleia. Os deputados bombardeiam-se com pólen. Um nostálgico do outono argumenta: a primavera de Praga também foi de lagartas nas estradas.»

Jorge Sousa Braga

6 comentários:

O Puma disse...

Um dia seremos de novo crianças

diferentes

Pata Negra disse...

A forma dos poetas abordarem o tempo cronológico, o tempo meteorológico, o tempo histórico poderá ser mais consequente do que todas as outras abordagens - este é o tempo em que os poetas tem um palavra a dizer, em que as palavras dos poetas podem valer mais que discursos de tribunos, comentadores e até da povo que nada ordena!
Um abraço em tempos de inventar

bettips disse...

Feliz por te (re)encontrar. E sim, há memórias, mesmo só de pensamentos que pensámos sem expressão verbal, que se não esquecem. E cruzamentos. Jorge Sousa Braga é de cá, um amor de simplicidade.
Toma um abraço amigo Meggy

Jorge P. Guedes disse...

A palavra é uma arma
Eu não sabia
Tudo depende da bala
E da pontaria...

Anónimo disse...

PASSOS CONTINUA COM A IDEIA DO TSU JÁ SE ESQUECEU DOI ANO DE 2012 O POVO NEM SEMPRE É SERENO ..........

https://www.youtube.com/watch?v=75QsP-UNgJU

Anónimo disse...

Passo, num acaso de gestos muito antigos. Que estejas bem e actuante.
B